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A GEOPOLÍTICA DO BÁLTICO

[Ainda não é a vez do Báltico]


À luz dos últimos acontecimentos na Síria, onde estão em confronto no mesmo teatro, embora contra um "inimigo comum" de um lado os USA e de outro a Rússia, cabe verificar se em outros locus geopolíticos a Rússia estaria vulnerável.

Por tratar-se então do tabuleiro mundial, mas principalmente aquele que se dispõe no "RIMLAND', ou seja, no entorno da Rússia, a bacia do Báltico oferece-se prontamente à análise.

A notícia, por Stratfor:

"Sweden: Officials Consider Joining Elite NATO force Situation Reports SEPTEMBER 18, 2015 | 11:46 GMT Text Size According to secret government documents, Sweden is in talks to join the U.K.-led Combined Joint Expeditionary Force, which follows NATO standards and doctrines, The Local reported. Sweden is not a member of NATO, but support for joining the military alliance has recently increased. If Sweden were to join NATO, Russia would perceive it as a threat."

Versão livre:

"Oficiais suecos consideram unir-se a força de elite da OTAN Relatório de Situação, 18 de SETEMBRO de 2015... De acordo com documentos SECRETOS do governo, a Suécia está em conversações para unir-se à Força Conjunta Combinada Expedicionária liderada pelo Reino Unido, a qual segue os padrões e doutrinas da OTAN, A fonte local explica que a Suécia não é um membro da OTAN, mas o apoio à adesão à aliança militar tem aumentado recentemente. Se a Suécia aderir à OTAN, a Rússia a isto perceberá como uma ameaça "

A Suécia tem um pacto com a Finlândia de jamais romper sua neutralidade e unir-se à OTAN sozinha. Sempre irá consultar e ao mesmo tempo manter a neutralidade se esta ainda for a opção da Finlândia.

A Rússia não tem como não manifestar-se ou mesmo agir caso a Suécia, ou a Finlândia adiram à OTAN. E é simples saber porque. No mapa anexado vemos que a GEOPOLÍTICA DO BÁLTICO inscreve-se totalmente na GEOPOLÍTICA DO GAME.

A Rússia, o grande pivô mundial, não tem saídas para o Atlântico sem as vias estreitas que ligam este oceano ao Mar Báltico. O mar de Barents é inviável como acesso contínuo e regular.

Então, para o ocidente, ou seja para o Atlântico restam: a) o Mar Báltico, que desemboca no Atlântico Norte e b) o Mar Negro, que desemboca no Mar Mediterrâneo, passando pelos estreitos de Bósforo e Dardanelos.

Neste caso as repúblicas do Báltico, ou seja a Estônia, Lituânia e Letônia, além da a Finlândia, Suécia, Polônia, Dinamarca, Alemanha e a Noruega são vitais para esta via de acesso da Rússia para águas quentes.

O que vemos no mapa é que, se de um lado geograficamente parece o Báltico parece ser um ponto frágil e vulnerável da Rússia, a mesma dimensão geográfica coloca a Rússia numa posição extremamente favorável, pois devido ao seu tamanho e peso, basta rolar que ela passa rapidamente por cima das repúblicas do Báltico e pela Polônia - é como se fosse uma "lei da gravidade" geopolítica.

Para a "calculation" geopolítica há um novo elemento que emergiu muito recentemente: a ocupação da Crimeia pela Rússia numa operação relâmpago, fulminante. Este elemento reforça-se no que diz respeito à ação da Rússia nesta última semana. A Crimeia era indefensável.

Seriam defensáveis as repúblicas do Báltico? Isto é sabido que não - até pelo "peso" absoluto da Rússia - como MundiWar disse, bastaria escorregar e as repúblicas do Báltico, assim como a própria Polônia, o "corredor polonês", seriam ocupadas. Isto é clássico, sem novidades.

Então, será que os nórdicos Suécia e Finlândia estariam dispostos a "desertar" da sua tradicional e pactuada neutralidade em vista de um risco, que parece não ser desprezível.

Resposta: tudo indica que não. Não haveria, neste momento, maiores motivos para tal movimento por parte da Suécia e da Finlândia, isto por uma razão já constatada nos modelos de simulação de Jogos de Guerra::

"We played it 16 different times with eight different teams,” Ochmanek says, “always with the same conclusion.”

Em versão livre: "Nós jogamos ele 16 diferentes vezes, com 8 diferentes equipes." - disse Ochmanek: "sempre com a mesma conclusão."

Ou seja, os USA, mas ouça OTAN, seria facilmente derrotado numa disputa pelo Báltico.

David Ochmanek é o vice-assistente do Secretário da Defesa para o desenvolvimento das forças armadas dos USA. Ele fala dos JOGOS DE GUERRA especificados para a bacia do Báltico. Trata-se então de simulações com modelos de última geração para simulação e planejamento.

A conclusão é que os cortes de orçamento militar nos países da OTAN tem simplesmente esvaziado várias frentes, tanto de homens como de equipamento, como de atenção. A conclusão é simples: nós, os USA, não estamos lá. Os russos não têm, por sua vez, como não estar lá. Reverter esta situação é praticamente impossível no curto prazo. (vide Reuters e Foreign Policy)

Uma terceira força para "ajudar" a ponderar uma tal decisão da Suécia e da Finlândia é, claro, a Alemanha - que hoje é sócia geoeconômica e parceria íntima no plano geopolítico da Rússia.

Tudo indica que a partir da geopolítica do Báltico a Rússia não será pressionada a "suavizar" sua presença e reivindicações na Síria.

GEOPOLÍTICA DO BÁLTICO E O BRASIL

Tudo hoje no mundo todo interessa ao Estado Brasileiro. Tudo em todo lugar exerce influência nos interesses do Estado Brasileiro.

O acordo FX 2, por exemplo, foi fechado com a Suécia. E é por isto que MundiWar acredita que vale averiguar muito de perto

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